terça-feira, 21 de abril de 2009

Alunos da Oficina de Fotografia itinerante, organizada pela ONG Imagemágica, olham as fotos que foram tiradas em latas de tinta - pinhole.
Mogi das Cruzes / SP - Ago 2006

Recorte

Abri/2009
SP

Silêncio

Abri/2009
SP

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Texto

Escrever é uma angústia. É um grito incutido, uma voz que não cala. Quase um desespero, um choro. Ao mesmo tempo uma busca. Uma ordenação de palavras, de pensamentos, de sentidos que buscam se comunicar, ou não. E assim, não tão pensadamente, o desenho das palavras se forma, geralmente como um espelho que, provavelmente, será quebrado, rasgado, engolido, para depois nascerem outros encadeamentos de palavras, de histórias, ainda piores que os primeiros. Mas tudo isso é um arranhão de dor. Um jeito de silenciar o que não foi escrito. Não há o que esperar, além desse desenho, quase sempre um rascunho, um esboço. Pode-se criar, recriar, inventar, mentir, ser, não ser o quanto necessário. E, de repente, terminar com tudo. Ou fingir terminar. Pode se escrever o quanto quiser. Pode-se falar de qualquer coisa: poesia, política, romance, literatura, mundo, mãe, família, cachorro, amante, homens, enfim, pode-se preencher páginas só de assuntos. Mas não é de outro jeito que acontece. No entanto é necessário iniciar algo ou acabar, talvez, ou ter só a sensação de início e fim, ou fim e início, vá se saber. E tem o tempo também, são horas de parto, ou não. Pode ser um vômito. E pode ter qualquer coisa: ponto, vírgula, parágrafo, sentido, etc. Pode também ter as pausas, o tempo desmedido de quem escreve. Pode ser inspirado, pode ser uma enrolação. Mas é assim, um afago de quem olha pra coisa escrita e sente-se profundamente descontente com a falta de assunto e de imaginação. Esconde-se um texto! Expõe-se um texto! Uma cara, um braço, uma mão com anel no dedo anelar, um tempo, um medo, um desenho, uma angústia, um rascunho.